quarta-feira, novembro 12, 2008


A industria cultural, os meios de comunicacão de massa e a cultura de massa surgem como fenômenos trazido pela industrializacão, após Revolucão Industrial.
Esse tipo particular de indústria (a cultural) e de cultura (de massa) tem nas características de sua forma de producão os mesmos príncipios da producão econômica geral (aumento de uso de máquinas forcando o aumento do ritmo de trabalho do homem, exploracão do trabalhador, divisão do trabalho). Fatores que são marcantes na sociedade e são base da oposicão de classes, de onde comecou a surgir a cultura de massa. Há dois fatores que se destacam: a reitificacão (ou a transformacão em coisa, a coisificacão) e a alienacão. Tudo então passa a ser julgado como coisa - inclusive o homem. O mesmo se torna alienado à partir do momento que as forcas que ele gasta para produzir são inferiores a o que ele recebe por seu trabalho.
O que é mais grave é a alienacão à sua própria vida: não pode tem seus projetos, não tem tempo livre e conhecimento teórico que lhe permitam fazer a crítica de si mesmo e da sociedade.
E nessa realidade industrializada, a cultura produzida em série deixa de ser vista como um instrumento de crítica e conhecimento, e passa a ser feita para atender as necessidades e gostos médios de um público que a consome como consome qualquer outra coisa, tornando-a um produto perecível e descartável, de valor exclusivo referente ao seu poder de troca (dinheiro) para quem a produz (nem sempre quem a cria).
Para dois pesos, duas medidas. Por isso é necessário exclarecer que as expressões "meio de comunicacão em massa" e "cultura de massa" não são sinônimas. Ainda que quando que mencionadas, uma siga a outra automaticamente.
A cultura de massa depende dos meios de comunicacão em massa para se tornar possível. Mas o contrário não é verídico. A mesma não passou a existir de imediato com a criacão dos tipos móveis de imprensa (feitos por Gutemberg no séc. XV). Mesmo com a possibilidade criada pelos novos meios, de reproducão ilimitada dos textos da época, o consumo ainda era limitado à uma elite letrada.
Alguns estudiosos nos apontam o surgimento da cultura de massa junto ao dos primeiros jornais. Outros, porém, exigem também, para que haja a caracterizacão desse tipo de cultura, o surgimento dos romances de folhetim - divididos em episódios, para amplo público, uma arte fácil que servia de esquema simplificador, para tracar o modelo de vida da época (qualquer semelhanca com as telenovelas de hoje não é mera coinscidência).
Junto aos outros elementos que caracterizaram essa cultura durante a segunda metade do século XIX na Europa, o teatro revista (forma massificada e simplificada do teatro) a opereta (idem em relacão à opera) e o cartaz (massificacão da pintura), todos possuem um dos mais importantes elementos para caracterizacão dessa: o fato de não serem feito por aqueles que a consomiam.

quinta-feira, novembro 06, 2008


O que a cachaça e o samba têm em comum? Além de serem duas coisas genuinamente brasileiras, ouvir um bom samba ou beber uma boa cachaça pode ser igualmente inspirador.
Quem sacou isso foi a dupla Alfredo del-Penho e Pedro Paulo Malta, que em conjunto com a Cachaçaria Mangue Seco desenvolveram um espetáculo homônimo ao disco Cachaça dá Samba! O repertório do show e do disco são frutos da pesquisa de Alfredo del-Penho, Henrique Cazes, Luís Filipe de Lima, Cristina Buarque e Paulo César Andrade.
As músicas são cantadas quase todas em dupla, com exceção de duas músicas de Noel Rosa, que, aliás, é o compositor mais prestigiado do disco com quatro músicas de sua autoria ("Por esta vez passa", "Maria Fumaça", "Prá Esquecer" e "É Bom Parar", esta em parceria com Rubens Soares). Alfredo dá o tom sozinho na "Pra Esquecer" e Malta fica com a música "Maria Fumaça".
O disco ainda conta com clássicos como a famosa marcha "Cachaça" (aquela que diz: Se você pensa que cachaça é água / Cachaça não é água não...) e a "Moda da Pinga", música que ficou consagrada na voz de Inezita Barroso.

Faixas: 1. Ai, cachaça! (Manezinho Araújo, Fernando Lobo);
Bebida, mulher e orgia (Aniz Murad, Luiz Pimentel, Manoel Rabaça)
2. Quem não sabe beber (Elino Julião, Severino Ramos)
3. A verdade é pura (Moacyr Luz)
4. O pingo e a pinga (Antônio Almeida, Pedro Caetano)
5. Malvada Pinga (Moda da Pinga) (Laureano)
6. Delírio alcoólico (E. Briu)
7. Por esta vez passa (Noel Rosa)
8. Maria Fumaça (Noel Rosa)
9. Prá Esquecer (Noel Rosa)
10. É Bom Parar (Noel Rosa, Rubens Soares);
Quem mandou você beber (Bide);
Não deixarei de beber (Sebastião Gomes, Jorge Gonçalves,Irineu Silva)
11. Moenda Velha (Zeca Pagodinho, Wilson Moreira)
12. Baranga das Dez, broto das Duas (Jota Canalha)
13. O que me dão pra beber (Candeia);
Beberrão (Aniceto do Império, Molequinho)
14. Deixa-me beber (J. G. de Carvalho);
Cachaça (Héber Lobato, Lúcio Girão, Marinósio Filho, Mirabeau Pinheiro).

Texto copiadíssimo do blog Vermute com Amendoim.

Download do album: http://www.4shared.com/file/64071571/57cb702e/Alfredo_Del-Penho_e_Pedro_Paulo_Malta_Cachaca_Da_Samba.html